quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Conclusão do trabalho

            Ao longo da nossa vida deparamo-nos com muitos obstáculos, que somos “obrigados” a ultrapassá-los para sobrevivermos em sociedade. Somos também habituados, desde crianças, a superar os nossos medos, os nossos limites, as nossas dificuldades e a desenrascarmo-nos nas situações mais difíceis.
Mas como superaríamos as nossas dificuldades se fossemos surdos? E se fossemos mudos como comunicaríamos? E se fossemos cegos, como ultrapassaríamos as barreiras que nos são impostas pela sociedade?
Foi isso que, dentro dos possíveis, quisemos experimentar.
Como pessoas perfeitamente normais que somos não nos importávamos com as dificuldades que estas pessoas têm. Claro que nos tocava quando convivíamos de perto com alguma situação destas, mas pouco ou nada poderíamos fazer. Apenas poderíamos lamentar a situação da pessoa.
Pensávamos que fazer de muda seria fácil, ou melhor, “canja”. Contudo, ao longo da nossa experiência percebemos que nem tudo era “canja”.
Ser muda implica ter uma menor comunicação com os outros, o que compromete a participação nas aulas e a tentativa de ajudar outras pessoas com deficiência (como por exemplo, a outra colega que fazia de cega).

A frustração que se sentia pela limitação de comunicar foi atenuada pelos meios de comunicação actuais (telemóvel), que foram servindo para as mudas se exprimirem.
Já todas sabíamos que fazer de cega não ia ser fácil, mas nesta escola é praticamente impossível! Ir à casa de banho, sendo cega, não é tarefa fácil, é uma dependência embaraçadora. Também comer no refeitório não é fácil, só com ajuda de colegas e de funcionários, se pode comer nas mínimas condições.
O barulho feito pela comunidade escolar e os espaços amplos da escola, dificultaram o nosso pouco sentido de orientação. Não há pontos de referência na escola, pelo que facilmente uma cega se perde.
A reacção das outras pessoas da comunidade é, infelizmente, um outro ponto negativo a destacar. Em vez de tentarem ajudar as pessoas com dificuldade (cegas), afastavam-se, como se as pessoas cegas tivessem algum tipo de doença contagiosa. Apenas alguns colegas da escola ajudaram, enquanto que outros se limitavam a gozar e a proporcionar ainda mais dificuldades às cegas (como se já fossem poucas!!).
Com este trabalho percebemos que a “impotência” que todos sentimos perante estas pessoas, não passa de uma barreira que todos podemos (e devemos) ultrapassar.
A nossa “ajuda” perante estas pessoas é a nossa mudança de mentalidade e o crescimento como pessoas.
Não devemos ficar parados e desenvolver o mundo à imagem e à semelhança das pessoas normais. Todos temos o direito de poder fazer TUDO, e não ficarmos limitados a fazer aquilo que podemos. Para estas pessoas, aquilo que elas podem fazer é aquilo que os outros as deixam fazer.
Se todos contribuíssemos para que os deficientes motores tenham mais rampas e elevadores, eles poderão movimentar-se com maior facilidade, quer no meio escolar, quer na nossa sociedade. Se todas as escolas tivessem planos escolares que incluíssem os mudos e os surdos, mas sem que estes tivessem de integrar uma turma de ensino especial, teríamos alunos mais motivados, não negligenciados e não discriminados, contribuindo para uma escola com melhor ambiente e resultados. Quanto aos cegos, é necessário criar sistemas que lhes permitam identificar os diversos espaços escolares (talvez sons, materiais de construção diferentes para cada espaço, etc.), mas também fornecer às bibliotecas municipais e escolares livros de apoio para pessoas invisuais. Também computadores, telemóveis, jornais, revistas e outras tecnologias, deveriam ser acessíveis às pessoas cegas.
Mas não só na escola se devem aplicar estas regras de sociedade. Também na nossa sociedade deveríamos ter estas condições, para que todas as pessoas tivessem as mesmas oportunidades, independentemente da deficiência que se tenha. 

Se todos ajudarmos estas pessoas, que são pessoas como nós, temos uma sociedade melhor, logo um MUNDO melhor!

Tânia, Sandra, Maria João,  Stéphanie

Língua Gestual Portuguesa



A língua gestual é utilizada maioritariamente por pessoas surdas e mudas. Uma pessoa muda para conseguir expressar-se e uma surda para conseguir entender as pessoas que não ouve, também porque muitas das vezes os surdos não conseguem falar, o que não quer dizer que não sejam capazes de o fazer, mas simplesmente como não ouvem, é-lhes dificil.

A língua do Brasil é diferente de Portugal e do resto do mundo, todos têm a sua própria língua gestual, não é igual em todo o lado.

Ecolocalização (Ben Underwood)




Ben Underwood foi um rapaz americano que nasceu em 26 de Janeiro de 1992 na California, um menino saudável e normal. Mas nem tudo correu bem quando passado dois anos lhe foi diagnosticado cancro em ambos os olhos, só tinha uma solução para poder sobreviver, removê-los.
Com os anos aprendeu a utilizar uma técnica para poder "ver" o que o rodeava, a ecolocalização. É uma técnica que muito poucas pessoas conseguem aplicar.

A maneira como o fazia era simples, batia palmas, fazia "cliques" e "estalos" com a boca. Com esses sons emitidos, dependendo da velocidade e volume do eco, ele era capaz de conseguir "ver" o que estava à sua volta. Através disso ele era capaz de distinguir objectos como carros, postes, portas, atirar bolas, jogar videojogos, andar de patins e fazer quase tudo ou tudo o que uma pessoa normal consegue fazer.

Em 19 de Janeiro de 2009, Ben Underwood faleceu devido ao mesmo cancro que o fez remover ambos os olhos.

Esperamos que com esta informação consigamos passar a mensagem a muitas outras pessoas, e que saibam que foi uma extraordinária pessoa, pela maneira como encarou a vida e como lutou pelo seu objectivo, que era voltar a ver.
R.I.P. Ben Underwood (1992-2009).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ouvir no Silêncio




Está comprovado, que pessoas surdas sentem vibrações na região do cérebro, que em pessoas sem essa deficiência utilizam para ouvir. Isso explica o porquê de haver surdos músicos, bailarinos e conseguem apreciar um concerto.

Essas descobertas foram apresentadas durante a 87ª Assembleia Científica e Encontro Anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte.

Apesar de fisicamente as pessoas serem incapazes de ouvir exactamente como nós, as vibrações fazem com que estas consigam "sentir" o que a música transmite, e terem uma capacidade que pessoas normais não têm.


Cegos Surdos Mudos


Com este blog, queremos mostrar as dificuldade que cegos, surdos e mudos têm na nossa sociedade. Queremos sensibilizar e mostrar que nem tudo o que nos parece, nem tudo o que realmente pensamos é a verdade.
Vamos dar exemplos de força de vontade e de viver, exemplos a seguir e pessoas que merecem destaque pelas capacidades que têm.


Um dos nossos desafios será fazer de cegas e mudas por um dia (em dias diferentes), e essas experiências vão ser postadas aqui para melhor entender os sentimentos e dificuldades que essas pessoas passam e para saber como é SOBREVIVER assim.